Os dedos do menino,
Os dedos no teclado...
Martelam travessuras,
Respingam melado...
Os dedos da menina,
Transpiram poesia...
Os dedos na cortina,
Os olhos na janela...
Os olhos que os cuidam,
Traçam doces caminhos...
Na esperança se fecham,
Molhados de carinho...
As mãos que os sustentam,
Sinais do tempo já mostram...
Quase na dor esmorecem,
Se unindo em pia prece...
A boca que os embala,
Não sabe se fala ou cala...
Na dúvida estala um beijo,
E outro beijo estala...
Os ouvidos que os percebem,
Bem sabem à solitude...
Mas, num momento, se os perdem,
Esvaziam tal atitude...
Os braços que os abraçam,
Já estão leves, tão vazios...
Sentindo que vôos alçam,
Um dia deixando o ninho...
O coração onde moram,
A menina e o menino,
Só sabe contar histórias,
De adormecer de mansinho...
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